A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer
informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a
multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos
libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.
As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada –
computador, celular, Internet, mp3, câmera digital – e caminham na direção da convergência,
da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valor.
O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3,
principalmente aparelhos móveis. O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais
agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à Internet, à foto digital,
aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos, música-mp3) e outros
serviços.
Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e
continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar,
grade curricular.
Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje?
Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para
aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante do peso da organização escolar
como local e tempo fixos, programados, oficiais de aprendizagem.
As tecnologias chegaram na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a
modernização da infraestrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão
administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na
virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura
pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.
Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais
fortes. As empresas estão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais
agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os avanços na educação
a distância com a LDB e a Internet estão sendo notáveis. A LDB legalizou a educação a
distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de segunda classe. A
interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos anos está
começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.
As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças profundas
na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraízam o conceito de ensino aprendizagem
localizado e temporalizado. Podemos aprender desde vários lugares, ao
mesmo tempo, on e off line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência
(escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo
para poder aprender.
As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a distância.
Antes a EAD era uma atividade muito solitária e exigia muito autodisciplina. Agora com as
redes a EAD continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de
comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem
pessoal com a grupal.
A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram
típicas da educação a distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos
individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.

Nenhum comentário:
Postar um comentário